Trajetória















O Cataventoré iniciou sua carreira em 2000, em Belo Horizonte, com um trabalho marcado por referências da cultura popular de Minas Gerais e da região Nordeste do Brasil, como o congado, as folias de reis, o boi da manta, além da experiência dos integrantes nas áreas de luteria, pesquisa musical, composição e dança.

Em 2004 foi realizado o primeiro trabalho de estúdio da banda, quando foi um dos oito artistas vencedores, entre 550 concorrentes, no Conexão Telemig Celular de Música: Novos Rumos da Música Mineira. No CD coletivo resultante deste projeto, o grupo gravou uma das faixas com Paulo Santos e Décio Ramos, do Uakti.

Ao longo dos anos o grupo já se apresentou em vários projetos e eventos de música em Minas, como o Festa da Música, Conexão Telemig Celular, Conexão Vivo, Música de Domingo, Tempo de Música, I FIM – Festival Internacional de Música, Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana, Virada Cultural de BH, entre outros, e seu trabalho, inclusive de oficinas, já foi levado a dezenas de cidades do interior mineiro.

Em 2008, gravou o CD “Cataventoré”, o primeiro trabalho autoral, com composições da banda de todas as suas fases, lançado no ano seguinte. Uma das faixas do disco, "No terreiro", foi selecionada para o CD dedicado à atual cena musical mineira que acompanhou a edição n° 70, de ago-set/2010, da revista inglesa Songlines. Também em 2009, participou do XI Festival Sesc Cariri de Cultura, no Ceará, onde fez apresentações ao lado de mestres e pifeiros da região.

Em 2010, com a turnê nacional de lançamento do CD, realizou shows em  Salvador, Belém, Campinas, entre outras cidades, que contaram com a participação dos músicos Sebastião Tapajós, Mestre Luiz Paixão e Banda de Pífanos de Bendegó. No final do ano, a banda se apresentou em Olinda/PE, no II Tocando Pífanos.

Pré-história e tempos recentes

O Cataventoré nasceu do encontro entre os músicos Daniel Magalhães (pífano), Marcelo Chiaretti (pífano) e Carlos Santos (percussão), então alunos de graduação na UFMG. O marco oficial do surgimento do grupo se deu numa terça-feira, no começo de março de 2000, em ensaio realizado no bosque da Escola de Música (não havia salas disponíveis para ensaio no dia), em que se juntaram ao trio Estevão Reis (percussão) e Emília Chamone (percussão), que tiveram passagem rápida pela banda no seu início.

O bosque acabou se tornando o local fixo de ensaios nos três primeiros anos de atividade do grupo, ideal aos princípios estéticos que a partir dali nortearam o trabalho musical.  Estes princípios se relacionavam com a espacialização da música e as possibilidades de movimentação dos músicos, simultânea à execução dos instrumentos, uma característica inerente à tradição das bandas de pífanos.

Depois de alguns meses, em julho-agosto de 2000, os três fundadores da banda viajam a Pernambuco e Ceará, onde assimilam um sólido referencial a partir do contato com alguns dos principais mestres e tocadores de pífanos do Nordeste, entre os quais João do Pife e Biu do Pife, de Caruaru, os Irmãos Aniceto, do Crato, Mestre Miguel e Mestre Terto, de Juazeiro do Norte.

Logo após o retorno do trio a Minas, entra para a banda o percussionista Mateus Oliveira, também estudante na UFMG à época, com isso consolidando o quarteto de base da formação instrumental do grupo para os cinco anos seguintes. No mesmo período também entra o percussionista Ricardo Garcia, que permanece cerca de um ano na formação, sendo substituído por Lúcia Campos, que fica no grupo entre 2002 e 2005, quando sai, junto com Marcelo Chiaretti, para se dedicarem a pós-graduação acadêmica no exterior e outros projetos.

Antes disso, porém, em 2004, também entra para a banda Juliana Pautilla (que já tinha passado pelo grupo em 2000, rapidamente). Rabequeira mineira, que havia passado longa temporada acompanhando os cavalos-marinhos na zona da mata norte pernambucana, onde teve como mestres os rabequeiros Mestre Salustiano e Mestre Luiz Paixão, entre outros.

A partir de 2006, o grupo se reestrutura com Carlos Santos assumindo o segundo pífano, além de Daniel Magalhães (pífano), Mateus Oliveira (percussão), Juliana Pautilla (rabeca e percussão) e Armando Silvério (percussão), este, logo substituido, em 2007, por Fabiano Camilo (percussão). Com esta formação o grupo seguiu até 2009, período durante o qual foi gravado o CD "Cataventoré".

Em 2010, Júlio Ponzo (percussão) e Raissa Anastacia (pífano) subsituem Carlos Santos e Fabiano Camilo e, em 2012, Raíssa e Juliana deixam a banda para dar lugar aos irmâos Chico Bastos (pífano e cavaquinho) e Felipe Bastos (percussão), que permanecem até 2016.