O trabalho artístico do Cataventoré liga-se umbilicalmente à pesquisa da música de raiz no Brasil, tendo, por sinal, surgido a partir de viagens ao Nordeste com esta finalidade. O encontro com a imemorial tradição das bandas de pífanos coincidiu com um anseio dos fundadores da banda de se montar um trabalho voltado para a música brasileira.
As pesquisas se deram em mão dupla: de um lado, procurou-se conhecer os procedimentos das bandas de pífanos em seu ambiente tradicional e por outro, tinha-se o espaço urbano (de capital) para explorar o potencial da instrumentação típica das bandas. Com efeito, nos primeiros dois anos de atividade, cerca de 90% das apresentações do Cataventoré se deram em espaços alternativos: ruas, praças, parques, feiras, saguões, etc.

No Nordeste, juntos ou individualmente, os integrantes da banda visitaram vários Estados: Ceará, Pernambuco, Maranhão, Alagoas, Sergipe e estabeleceram contato com bandas também da Bahia e Paraíba, sempre atentos às universalidades e particularidades das artes ‘pifânicas’, ‘zabumbísticas’, 'rabequísticas', entre outras artes, deste vasto território.

Outra vertente de pesquisa com desdobramentos no trabalho artístico do Cataventoré é a fabricação própria dos instrumentos musicais, que vieram a se somar àqueles trazidos do Nordeste e outras regiões. O instrumental é, em grande parte, artesanal e oriundo da música tradicional brasileira, definindo a estética do grupo.